quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
Mensagem de final de ano das #NovasLiderancasSBEM
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Hipertireoidismo durante a gravidez
Doença pouco frequente em gestantes
O hipertireoidismo é o estado de hiperfuncionamento da glândula tireoide, isto é, de produção aumentada de hormônios. Felizmente, não é uma doença frequente em grávidas. Estima-se que no máximo 4 de cada mil gestantes tenham a gravidez complicada por hipertireoidismo.
Atenção aos sintomas!
Durante a gravidez, os sintomas de hipertireoidismo podem se confundir com os sintomas da gestação, já que taquicardia, intolerância ao calor e excesso de suor são frequentes nas futuras mamães. Contudo, sintomas como ansiedade, tremores, perda de peso, bócio e olhos saltados, sugerem doença na tireoide com maior probabilidade.
Complicações da gestação podem acontecer
Entre as complicações associadas ao hipertireoidismo durante a gestação estão aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro, baixo peso ao nascer, prematuridade, pré-eclampsia e insuficiência cardíaca.
Exames de sangue fazem o diagnóstico
O diagnóstico de hipertireoidismo durante a gravidez é facilmente estabelecido através de exame de sangue. Níveis de TSH menores que 0,1 mU/L, acompanhados de níveis elevados de T4 livre ou T3 livre para o período gestacional, confirmam o diagnóstico.
O tratamento não é o mesmo para todas as gestantes
O tratamento é individualizado e depende da gravidade do caso e do período gestacional. Habitualmente são usados medicamentos que bloqueiam a produção de hormônios pela tireoide, já que o iodo radioativo está contraindicado.
Referências:
1- Ross DS. Hyperthyroidism during pregnancy: Clinical manifestations, diagnosis, and causes. UpToDate.
2- Alexander EK, Pearce EN, Brent GA, et al. 2017 Guidelines of the American Thyroid Association for the Diagnosis and Management of Thyroid Disease During Pregnancy and the Postpartum. Thyroid 2017; 27:315.
Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CRM-RS 30.576 - RQE 22.991
sábado, 20 de junho de 2020
Testosterona em mulheres: dosar ou não dosar?
Imagem: Wikimedia Commons |
Referências:
1- Endocrine Society. Utility, limitations, and pitfalls in measuring testosterone: an Endocrine Society Position Statement. J Clin Endocrinol Metab. Feb 2007;92(2):405–13.
2- Endocrine Society. Androgen therapy in women - a reappraisal: an Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab. Oct 2014;99(10):3489–510.
3- Weiss RV et al. Testosterone therapy for women with low sexual desire: a position statement from the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism. Arch Endocrinol Metab. 2019;63(3):190-8.
4- Davis SR et al. Global Consensus Position Statement on the use of testosterone therapy for women. Climacteric. 2019;22(5):429-34.
5- Testosterone therapy for menopausal women. Drug Ther Bull. 2017;55(5):57-60.
Texto revisado pelo DEFA.
quinta-feira, 21 de maio de 2020
O uso de anabolizantes interfere na sexualidade?
segunda-feira, 4 de maio de 2020
Hipogonadismo masculino tardio
Imagem: Pixabay |
quarta-feira, 1 de abril de 2020
Coronavírus e tireoide
domingo, 22 de março de 2020
Diabetes e a pandemia de COVID-19
• Deve-se evitar multidões ou aglomerados e, especialmente, contato com pessoas doentes ou com sintomas respiratórios.
Professor Adjunto do Curso de Medicina da UFMA
terça-feira, 17 de março de 2020
Quais as possíveis causas do hipotireoidismo?
Imagem: MedicalGraphics |
quarta-feira, 11 de março de 2020
Vitamina D e coronavírus (COVID-19)
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
Incongruência de gênero - terapia hormonal no transgênero feminino (male to female – MTF, mulher transgênero)
Imagem: Joint Base San Antonio |
terça-feira, 11 de fevereiro de 2020
Rastreamento do diabetes: quando é apropriado fazer o exame
Imagem: Flickr |
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
Vale a pena usar hormônios ditos “bioidênticos”?
Imagem: Flickr |
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
Seis fatos sobre terapia hormonal com hormônios ditos bioidênticos em mulheres
terça-feira, 21 de janeiro de 2020
Contracepção após cirurgia bariátrica
Imagem: Wikimedia Commons |
terça-feira, 14 de janeiro de 2020
DHEA e envelhecimento
A produção da DHEA atinge seu pico por volta dos 25 anos. Ela diminui à medida que envelhecemos. Por volta dos 80 anos, a concentração de DHEA é cerca de 80% menor.
Imagem: Wikimedia Commons |
Pequenas quantidades da DHEA são convertidas em androgênios mais ativos (androstenediona, androstenediol, testosterona e 5-dihidrotestosterona) ou mesmo em estrogênios (estradiol e estrona) nas glândulas adrenais, nos folículos pilosos (locais onde crescem os pelos), próstata, gônadas e no tecido adiposo (gordura). Nas mulheres, DHEA e SDHEA são fontes importantes de efeito androgênico, o que não acontece nos homens.
O interesse em suplementar DHEA é crescente. Na mídia leiga, vários efeitos benéficos têm sido defendidos, como ação vasodilatadora, antidepressiva, anti-inflamatória, antiaterosclerótica e mesmo antienvelhecimento. Logo, DHEA é uma panaceia, cujos efeitos aventados são oriundos, em sua maioria, de estudos experimentais, sobretudo em roedores. Entretanto, roedores são modelos experimentais inadequados para o estudo da DHEA. Diferentemente dos seres humanos, esses animais apresentam baixas concentrações endógenas de DHEA, cuja origem é predominante gonadal. Além disso, as doses testadas nesses estudos são, via de regra, suprafarmacológicas, inviabilizando a possibilidade de qualquer extrapolação de resultados. Mas será a DHEA a tão procurada "fonte da juventude"?
A primeira associação entre DHEA e aumento de longevidade ocorreu em um estudo realizado em macacos Rhesus machos. Esses animais foram submetidos à restrição calórica, uma intervenção sabidamente capaz de aumentar a sua sobrevida, e foram pesquisados possíveis biomarcadores de longevidade. Dentre esses biomarcadores, o SDHEA foi associado a um aumento na sobrevida dos macacos e esses resultados foram verificados também em seres humanos. Esse paralelismo entre um biomarcador de longevidade em macacos e em seres humanos levantou a hipótese de que a DHEA ou o SDHEA pudessem ter alguma ação relacionada ao aumento da expectativa de vida, hipótese que nunca foi comprovada.
Em mulheres com insuficiência adrenal, doença caracterizada pela redução na produção de corticoides, o uso da DHEA pode ser útil em situações limitadas. Doses entre 25 e 50 mg por dia podem melhorar o bem-estar e sintomas psicológicos. É possível que haja também melhora na função sexual, massa óssea e massa magra. Vale lembrar que esses efeitos benéficos foram observados em mulheres com doença adrenal grave, mas não na redução hormonal relacionada à idade.
Quando utilizada como estratégia "antiaging", a DHEA não mostra resultados tão animadores. Ensaios clínicos randomizados têm resultados conflitantes com relação ao bem-estar. Com relação ao aumento de massa magra, os estudos são categóricos em afirmar que o uso da DHEA para aumento da massa magra não funciona. Apesar de estudos em animais evidenciarem redução de gordura abdominal, a maioria dos estudos com seres humanos não evidenciou esse efeito. Outras propriedades não observadas foram prevenção da perda de memória e prevenção de doenças cardiovasculares. Por fim, o uso de DHEA pode aumentar, de maneira muito discreta, a densidade mineral óssea, principalmente no fêmur. Contudo, é provável que esta ligeira melhora no tecido ósseo não seja suficiente para determinar prevenção de fraturas.
O uso da DHEA não é isento de efeitos adversos. Aumento da oleosidade da pele, crescimento excessivo de pelos, redução do colesterol HDL ("colesterol bom"), palpitações e surtos maníacos podem acontecer, já que estamos falando de um precursor de androgênios potentes. Outro problema é com relação à sua pureza. Como a DHEA é importada e, nos Estados Unidos, é considerada um suplemento alimentar, muitas vezes as apresentações comerciais têm origem duvidosa e concentrações diferentes das informadas no rótulo. Para exemplificar, um estudo americano evidenciou variações de 0-150% nas quantidades de DHEA em relação ao rótulo dos produtos.
Em resumo, com base nas evidências, há um potencial limitado para o uso da DHEA. Ele restringe-se a mulheres com insuficiência adrenal primária e sintomas depressivos e/ou baixos níveis de energia apesar das reposições otimizadas de glicocorticoides e mineralocorticoides. Associados à eficácia limitada, os raros, porém potencialmente graves efeitos adversos e o controle insatisfatório de qualidade dos suplementos restringem ainda mais o uso da DHEA na prática clínica. Além disso, os estudos que avaliaram esse tipo reposição envolveram poucos participantes e não duraram mais do que 2 anos. Isto compromete muito a capacidade de generalização dos resultados, principalmente em relação à segurança do tratamento.
Ainda não foi desta vez que a ”modulação hormonal” mostrou-se capaz de combater o processo de envelhecimento...
Fontes:
1- UpToDate On Line - DHEA and its sulfate.
2- Dhatariya KK, Nair KS. Dehydroepiandrosterone: is there a role for replacement? Mayo Clin Proc. 2003 Oct;78(10):1257-73.
3- Roth GS, Lane MA, Ingram DK, Mattison JA, Elahi D, Tobin JD et al. Biomarkers of caloric restriction may predict longevity in humans. Science. 2002 Aug 2;297(5582):811.
4- Alkatib AA, Cosma M, Elamin MB, Erickson D, Swiglo BA, Erwin PJ et al. A systematic review and meta-analysis of randomized placebo-controlled trials of DHEA treatment effects on quality of life in women with adrenal insufficiency. J Clin Endocrinol Metab. 2009 Oct;94(10):3676-81.
5- Bornstein SR, Allolio B, Arlt W, Barthel A, Don-Wauchope A, Hammer GD et al. Diagnosis and treatment of primary adrenal insufficiency: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2016 Feb;101(2):364-89.
6- Parasrampuria J, Schwartz K, Petesch R. Quality control of dehydroepiandrosterone dietary supplement products. JAMA. 1998 Nov 11;280(18):1565.
Presidente da CVNL da SBEM - Biênio 2019/2020
A Comissão de Valorização das Novas Lideranças agora está no site da SBEM!
Gostaríamos de agradecer a todos que acompanham o blog da Comissão de Valorização de Novas Lideranças. Seguiremos trabalhando para publica...
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