terça-feira, 21 de setembro de 2021

A Comissão de Valorização das Novas Lideranças agora está no site da SBEM!

 



Gostaríamos de agradecer a todos que acompanham o blog da Comissão de Valorização de Novas Lideranças. Seguiremos trabalhando para publicar conteúdos de relevância e qualidade, mas a partir de agora os textos serão disponibilizados diretamente no site da SBEM (www.endocrino.org.br/). 


Dra Tayane Muniz Fighera

CREMERS 32014/ RQE 27144 - 28021



sábado, 27 de março de 2021

O papel da Endocrinologia na pandemia da COVID-19

 

                                                    
 Pixabay

Muitos membros desta sociedade fizeram e ainda fazem parte do grupo de profissionais que está atuando incansavelmente na pandemia da COVID-19. Com início em dezembro de 2019 em Wuhan, China, a infecção se propagou e paralisou o mundo, gerando ansiedade, medo e instabilidade. Grande parte dos recursos da saúde foram destinados ao combate da infecção pela COVID-19, e a princípio, a Endocrinologia pouco teria a contribuir com uma doença que afeta primariamente o sistema respiratório. Frente ao agravamento da pandemia, muitos médicos foram deslocados para diferentes setores onde os recursos humanos eram necessários, e colegas que por muito tempo dedicaram-se a estudar e trabalhar em sua área de atuação foram designados para atendimento de pacientes com infecção pela COVID-19. Com isso veio não apenas a exposição biológica pessoal e de familiares, mas também o desafio de prestar um atendimento de qualidade a uma doença desconhecida e potencialmente fatal. Então era necessário substituir os artigos de insuficiência adrenal, metabolismo ósseo e hipotireoidismo por artigos de pneumonia viral, infecção respiratória aguda e sepse. Reduzir ou suspender os atendimentos ambulatoriais e atender emergências e unidades de terapia intensiva. E não foi apenas com a força de trabalho que a Endocrinologia colaborou durante a pandemia. Diabetes e obesidade foram precocemente reconhecidos como fatores associados a maior morbidade e mortalidade em pacientes com pneumonia viral. Nesses casos, o suporte multidisciplinar para melhor controle glicêmico de pacientes internados foi importante e necessário, especialmente pelo uso frequente de corticoides sistêmicos.

A Sociedade de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), frente a uma série de informações desencontradas e de qualidade questionável, buscou posicionar-se em conjunto com outras sociedades médicas através de notas oficiais defendendo o uso de máscaras para reduzir a transmissão do vírus (https://www.endocrino.org.br/sociedades-medicas-pelo-uso-de-mascaras/), informando sobre os riscos do uso indiscriminado de vitamina D (https://www.endocrino.org.br/media/posicionamento_sbem_e_abrasso_-_vitamina_d_e_covid-19_final_(1).pdf; https://www.endocrino.org.br/sbem-e-mp-contra-pseudociencia/) e de dexametasona (https://www.endocrino.org.br/media/comunicado_sbem_dexametasona_e_covid_19.pdf), e apoiando as recomendações de tratamento da COVID-19 baseadas nas melhores evidências disponíveis (https://www.endocrino.org.br/media/carta_apoio_sbi_final.pdf). Além disso, buscou manter eventos de alta qualidade em formato virtual, compatíveis com as circunstâncias atuais.

Neste momento de tristeza e dor, a SBEM deseja homenagear todos os médicos endocrinologistas que estão atuando diretamente na pandemia da COVID-19. É motivo de orgulho ver tantos colegas deslocados de suas áreas de atuação dedicando-se de forma incansável a esta batalha.

Certamente este momento da história ficará na memória de todos. E raros são os momentos da vida em que é possível fazer parte da história. Aos bravos colegas nossa homenagem e reconhecimento em nome de toda a SBEM.

 

Dra Tayane Muniz Fighera

CREMERS 32014/ RQE 27144 - 28021

 

 

quarta-feira, 3 de março de 2021

Hipertensão arterial: o inimigo silencioso do diabético

 

                                                                                                                      Fonte: Pixabay

Doenças cardiovasculares (DCV) são a primeira causa de morte em pacientes com diabetes (DM), sendo o DM um fator de risco independente para DCV. Há, ainda, fatores agravantes que contribuem para aumento do risco cardiovascular destes pacientes, tais como hipertensão, dislipidemia, albuminúria, obesidade e tabagismo, que devem ser sistematicamente pesquisados e controlados, a fim de reduzir o risco destes pacientes.

A hipertensão arterial sistêmica está presente em 40% dos pacientes que recebem diagnóstico de DM. É definida como pressão arterial sustentada igual ou maior a 140/90mmHg, sendo a terapia anti-hipertensiva capaz de reduzir eventos cardiovasculares e a incidência e evolução das complicações microvasculares do DM.

Pacientes com DM tipo 1 e 2 devem ser tratados visando um alvo menor do que 140/90 mmHg. No entanto, este alvo deve ser individualizado de acordo com o risco cardiovascular desses indivíduos. Para pacientes diabéticos com alto risco para doenças cardiovasculares, como aqueles com DCV aterosclerótica estabelecida, ou risco cardiovascular em 10 anos maior ou igual a 15%, deve-se visar um alvo menor do que 130/80mmHg. Pacientes portadores de DM com risco cardiovascular <15% podem ter um alvo menor do que 140/90mmHg. Esse risco pode ser calculado através de ferramentas como tools.acc.org/ASCVD-Risk-EstimatorPlus. No entanto, a terapia anti-hipertensiva deve ser individualizada, pesando os riscos de efeitos colaterais, tais como hipotensão, risco de quedas, hipercalemia e piora de função renal especialmente em pacientes idosos, nefropatas e naqueles com muitas comorbidades e polifarmácia, podendo-se considerar um alvo maior para essa população.  

Em pacientes refratários a mudanças de estilo de vida com nível pressórico entre 140/90 mmHg e 159/99 mmHg, deve-se considerar o início apenas de um anti-hipertensivo. Nível pressórico superior a 160/100mmHg habitualmente requer terapia inicial com associação de duas drogas. As drogas usadas preferencialmente são os bloqueadores do sistema renina-angiotensina-aldosterona, diuréticos tiazídicos e bloqueadores de canais de cálcio dihidropiridínicos. Após introdução de inibidores da da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores de receptor de angiotensina (BRA), deve-se ter o cuidado de monitorizar os níveis de potássio sérico e função renal, especialmente em idosos e nefropatas. Para pacientes com doença coronariana prévia ou albuminúria (relação albumina/creatinina urinárias >30 mg/g), a terapia inicial deve incluir IECA ou BRA, uma vez que comprovadamente reduzem eventos cardiovasculares e progressão de doença renal crônica. Beta-bloqueadores são indicados se há histórico de infarto miocárdico, angina ou fração de ejeção reduzida.

Para diagnóstico de hipertensão e verificação do controle pressórico, as medidas do auto monitoramento domiciliar e da monitorização ambulatorial da pressão arterial se correlacionam melhor com risco cardiovascular do que as medidas de consultório isoladas.

Como endocrinologistas, devemos ser capazes de diagnosticar e tratar adequadamente não só o DM, como também as comorbidades associadas que podem levar nossos pacientes a desfechos desfavoráveis! Fiquem atentos e acompanhem nossas postagens para saber mais!

DOI:

                                                                                                           Dra Patrícia Moreira Melo

                                                                                                   CRM PI 3484 - RQE 1483/3732

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Por que fazer parte da SBEM?

 

 Fonte: Pixabay 

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia, que adota a sigla SBEM, é uma associação civil fundada em 1950, sem fins lucrativos. Considerada uma associação de especialidade médica, é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

A SBEM tem como objetivo conceder, juntamente com a AMB, o Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia e os certificados em áreas de atuação afins. Além disso, através de eventos científicos de qualidade e da revista oficial da entidade (Archives of Endocrinology and Metabolism), a SBEM busca incentivar a pesquisa científica e integrar os profissionais médicos, pesquisadores, docentes e alunos de graduação com interesse na especialidade. Uma vez associado, é possível acessar periódicos, palestras, cursos de educação continuada e comunicados exclusivos. São direitos do associado ter seu nome divulgado no site da Associação, divulgar sua condição de associado da SBEM com recursos privados e utilizar-se de consultorias, departamentos ou comissões especializadas mantidas pela sociedade.

Em um momento em que tantas informações são disponibilizadas para a população, muitas vezes sem evidências sólidas e/ou embasamento científico, a SBEM tem como objetivo divulgar dados de interesse público utilizando recursos e veículos de mídia social oficiais da entidade. Para isso, conta com um grupo de especialistas em diferentes departamentos, que trabalham com grande responsabilidade junto à sociedade no desenvolvimento e divulgação destas informações. Através destas e outras medidas, a SBEM tem promovido o combate aos desvios ético-profissionais, à propaganda ou publicidade enganosa ou sem base científica, em colaboração com os Poderes Públicos, organizações não governamentais ou sociais. Na diretoria atual 2021/2022, trabalham com esta finalidade a Comissão de Ética e Defesa Profissional e a Comissão de Defesa de Assuntos Profissionais.

Nós, da Comissão de Valorização de Novas Lideranças, deixamos aqui uma mensagem aos novos endocrinologistas, profissionais com interesse na especialidade e alunos de graduação: Fazer parte da SBEM fortalece a sociedade e a sua representatividade para defender e valorizar os associados na sua atividade profissional. A SBEM depende da contribuição e do engajamento dos associados para continuar zelando pelo nível ético, qualidade científica, eficiência técnica e sentido social do exercício profissional da Endocrinologia e Metabologia.

Estatutos da SBEM. Disponível em https://www.endocrino.org.br/Estatutos/. Acesso em 02 de fevereiro de 2021

Dra Tayane Muniz Fighera

CREMERS 32014/ RQE 27144 - 28021

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Quer se tornar um Endocrinologista?

A Endocrinologia é uma área relativamente nova no Brasil. A primeira Sociedade de Endocrinologia e Metabologia foi fundada em 1950 na cidade do Rio de Janeiro. No entanto sua história advém desde uma escultura que data de 22.000 anos A.C. chamada Vênus de Willendorf que retrata uma mulher obesa, e posteriormente com as descrições de órgãos endócrinos, de suas secreções e disfunções. Era vista como uma especialidade que buscava entender a fisiologia e fisiopatologia das glândulas endócrinas e seus efeitos em órgãos alvos, tratando as doenças hormonais a fim de restabelecer o equilíbrio do organismo. No entanto com o avanço das pesquisas, hoje sua ação se estende para conhecer os efeitos das comunicações intercelulares, os genes, e os efeitos das ligações das proteínas e receptores secundários à sua expressão, a fim de não apenas tratar, mas prevenir as doenças e suas complicações.

                                                                                         
   Fonte: Pixabay

São diversos os sistemas em que esta especialidade atua, como o metabolismo dos macronutrientes, tratando diabetes, dislipidemias, obesidade, hipoglicemias e outras doenças mais raras. Atua nas patologias do sistema reprodutor como alterações do ciclo menstrual, puberdade, fertilidade, menopausa, andropausa, hirsutismo, dentre outros. Atua em alterações do crescimento e desenvolvimento. Em doenças da tireoide que podem acometer até 20% da população em determinada faixa etária, além de distúrbios do metabolismo ósseo, das glândulas supra-renais e hipófise, dentre outras glândulas

Muitas dessas patologias têm caráter crônico com aumento de prevalência ao longo da vida, o que associada a busca por um corpo saudável e a popularização dos cuidados em saúde, geram uma demanda importante nos consultórios de endocrinologia.

O endocrinologista pode trabalhar em consultório ou clínicas, centros laboratoriais, em unidades de internação ou ambulatorial públicas ou particulares, ou se dedicar a docência ou centros pesquisa contribuindo para o desenvolvimento da especialidade.

Para se tornar um endocrinologista são necessários a graduação em Medicina que dura em média 6 anos, dois anos de residência médica em Clínica Médica e dois anos em Endocrinologia. Ou ainda, ter atuação médica durante 8 anos, sendo que destes 4 anos na área de clínica médica, e 4 anos na área de Endocrinologia, e obter o título de especialista perante a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Se você tiver interesse na área, acompanhe o nosso blog. Durante os próximos dois anos, faremos diversas postagens de temas e casos relacionados à área.

 

Dra Patrícia Moreira Melo

CRM/PI 3484, RQE 1483/3732



https://endocrinenews.endocrine.org/march-2015-why-endocrinology/

https://www.endocrino.org.br/areas-da-endocrinologia/

Valle, José Procópio do. (2002). Histórico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: Fundada em 1.9.1950. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia&Metabologia. 2002; 46(5), 582-92.

Medeiros-Neto, Geraldo. Breve história da Disciplina de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. RevMed (São Paulo). 2006 jul.-set.;85(3):114-8.

A Comissão de Valorização das Novas Lideranças agora está no site da SBEM!

  Gostaríamos de agradecer a todos que acompanham o blog da Comissão de Valorização de Novas Lideranças. Seguiremos trabalhando para publica...