Muitos membros desta sociedade fizeram e ainda fazem parte do grupo de profissionais que está atuando incansavelmente na pandemia da COVID-19. Com início em dezembro de 2019 em Wuhan, China, a infecção se propagou e paralisou o mundo, gerando ansiedade, medo e instabilidade. Grande parte dos recursos da saúde foram destinados ao combate da infecção pela COVID-19, e a princípio, a Endocrinologia pouco teria a contribuir com uma doença que afeta primariamente o sistema respiratório. Frente ao agravamento da pandemia, muitos médicos foram deslocados para diferentes setores onde os recursos humanos eram necessários, e colegas que por muito tempo dedicaram-se a estudar e trabalhar em sua área de atuação foram designados para atendimento de pacientes com infecção pela COVID-19. Com isso veio não apenas a exposição biológica pessoal e de familiares, mas também o desafio de prestar um atendimento de qualidade a uma doença desconhecida e potencialmente fatal. Então era necessário substituir os artigos de insuficiência adrenal, metabolismo ósseo e hipotireoidismo por artigos de pneumonia viral, infecção respiratória aguda e sepse. Reduzir ou suspender os atendimentos ambulatoriais e atender emergências e unidades de terapia intensiva. E não foi apenas com a força de trabalho que a Endocrinologia colaborou durante a pandemia. Diabetes e obesidade foram precocemente reconhecidos como fatores associados a maior morbidade e mortalidade em pacientes com pneumonia viral. Nesses casos, o suporte multidisciplinar para melhor controle glicêmico de pacientes internados foi importante e necessário, especialmente pelo uso frequente de corticoides sistêmicos.
A Sociedade de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), frente a uma série de informações desencontradas e de qualidade questionável, buscou posicionar-se em conjunto com outras sociedades médicas através de notas oficiais defendendo o uso de máscaras para reduzir a transmissão do vírus (https://www.endocrino.org.br/sociedades-medicas-pelo-uso-de-mascaras/), informando sobre os riscos do uso indiscriminado de vitamina D (https://www.endocrino.org.br/media/posicionamento_sbem_e_abrasso_-_vitamina_d_e_covid-19_final_(1).pdf; https://www.endocrino.org.br/sbem-e-mp-contra-pseudociencia/) e de dexametasona (https://www.endocrino.org.br/media/comunicado_sbem_dexametasona_e_covid_19.pdf), e apoiando as recomendações de tratamento da COVID-19 baseadas nas melhores evidências disponíveis (https://www.endocrino.org.br/media/carta_apoio_sbi_final.pdf). Além disso, buscou manter eventos de alta qualidade em formato virtual, compatíveis com as circunstâncias atuais.
Neste momento de tristeza e dor, a
SBEM deseja homenagear todos os médicos endocrinologistas que estão atuando diretamente
na pandemia da COVID-19. É motivo de orgulho ver tantos colegas deslocados de
suas áreas de atuação dedicando-se de forma incansável a esta batalha.
Certamente este momento da história
ficará na memória de todos. E raros são os momentos da vida em que é possível
fazer parte da história. Aos bravos colegas nossa homenagem e reconhecimento em
nome de toda a SBEM.
Dra
Tayane Muniz Fighera
CREMERS
32014/ RQE 27144 - 28021